Costa Doce

A região turística da Costa Doce, formada pelos municípios de Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, faz parte da Região Norte Fluminense e, por apresentar grandes extensões dos seus espaços formados por planícies e solos férteis, teve o seu processo de ocupação e desenvolvimento ligado à produção da cana-de-açúcar e da pecuária, o que torna essa região a maior produtora estadual da atividade canavieira, bem como a maior com efetivo de rebanho bovino (MARAFON et al., 2011).

A região da Costa Doce, com seus cinco municípios, equivale a 4% da população do estado do Rio de Janeiro, conforme o Censo 2010. Conta com 587,975 habitantes. Também possui sua área da unidade territorial, no total, 7160,349 Km², o que equivale a 16,40% de um total de 43750,425 Km² do estado fluminense. Sua densidade demográfica é de 284,37 hab/km², enquanto a do território estadual é de 365,23 Hab/Km², Por fim, o bioma predominante na região é a mata atlântica.

O Norte Fluminense é vigorosamente marcado pela cultura canavieira, o que exerceu bastante influência na estruturação regional econômica e identitária. Nesse sentido, essa região pode vivenciar uma série de intervenções no espaço que tiveram o intuito de modernizar e agilizar as comercializações da cana-de-açúcar, como a ampliação da rede ferroviária, a introdução de engenhos a vapor, a criação de usinas, entre outras, que resultaram em um processo de concentração de capitais para a indústria açucareira, bem como a concentração de propriedades rurais (MARAFON et al., 2011).

Apesar de atividades de outros setores da economia se destacarem na região, além do aumento do processo de urbanização, ainda podemos dizer que a atividade canavieira desempenha importância tanto na economia quanto na paisagem rural da região, inclusive sendo utilizada pelo setor turístico, que se apropria dos elementos da paisagem dessas áreas como atrativos para uma população consumidora, de origem predominantemente urbana. É possível observar a refuncionalização das fazendas canavieiras em favor da atividade turística, dada a sua importância histórica. Contudo, não se pode ignorar o pequeno produtor rural como agente de desenvolvimento, tendo em vista as suas lutas, somando-as ao incremento de atividades não agrícolas.