Serra Verde Imperial

A região turística da Serra Verde Imperial é formada pelos municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Localiza-se mais na área central do estado do Rio de Janeiro, com fácil acesso para a Região Metropolitana e demais regiões do estado, além de acesso ao estado de Minas Gerais, através de rodovias federais e estaduais, a exemplo da BR-040, BR-116, RJ-116, RJ-130, RJ-142.

Segundo Marafon et al. (2011), o processo de ocupação e povoamento da região se deu, inicialmente, em razão dos movimentos exploratórios das regiões minerais, no final do século XVIII, em que alguns municípios funcionaram como pontos de pouso de tropas que circulavam pelo território.

Ainda de acordo com os referidos autores, a região só alcançaria maior dinamização espacial, com adensamento populacional e desenvolvimento econômico, a partir do apogeu da atividade cafeeira, no final do século XVIII e início do século XIX, que passou a ser a principal atividade dessa parcela territorial do estado do Rio de Janeiro.

Nesse contexto, a paisagem foi sendo moldada, levando em consideração uma nova ordem econômica imposta pelo café e impulsionando o crescimento e o desenvolvimento dos povoados, o que exigiu também a instalação de uma nova ordem social.

Nesse cenário, a instalação de aparatos técnicos para a dinamização e escoamento da produção, a exemplo da estrada de ferro, conferiu ainda mais progresso à região e proporcionou que outros tipos de atividades pudessem ser desenvolvidos, a exemplo de atividades ligadas a serviços e indústria, mais especificamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo (Marafon et al., 2011). Além disso, os autores ressaltam que a chegada de colonos imigrantes nesses municípios contribuiu para o acelerado processo de urbanização que já havia iniciado em período anterior.

Apesar do desenvolvimento no setor industrial nos municípios supramencionados, a região da Serra Verde Imperial, como um todo, tem ganhado destaque no setor turístico, muito atrelado à sua paisagem montanhosa e à produção de hortigranjeiros. Nesse sentido, podemos perceber maior dinamismo das atividades no espaço rural da região por meio da produção agrícola de hortaliças que abastece a região metropolitana do estado, assim como o aumento de imóveis do tipo segunda residência.

Dessa forma, por ter sido atravessada por diversas intencionalidades socioeconômicas e políticas ao longo do tempo, a paisagem da região é dotada de elementos naturais e artificiais, como cachoeiras, serras e montanhas, casarões, fazendas, igrejas do período cafeeiro e imperial do Brasil, o que, além de ajudar a contar a história do estado como um todo, contribui para o desenvolvimento do turismo rural (histórico, de aventura, ecoturismo, de experiência, entre outros), articulando essa paisagem com a heterogeneidade encontrada na produção agrícola atual.

Nesse contexto, estudar e mapear as paisagens rurais e as diferentes atividades econômicas que se desenvolvem nas regiões do estado do Rio de Janeiro se apresentam importantes, uma vez que podemos perceber e identificar aquelas que têm maior vocação turística para agregar o potencial paisagístico que a região possui com o conhecimento sobre as diferentes etapas de produções agropecuárias de caráter familiar que são desenvolvidas, gerando, assim, nova fonte de renda para o trabalhador familiar com a dinamização da sua produção.