A análise das atuais transformações no campo torna-se fundamental, pois, além de desempenhar as funções tradicionais, como referência de permanência de atividades, de fornecer mão de obra para a cidade, matérias-primas e de consumir produtos oriundos da cidade, o campo abriga, cada vez mais, atividades não agrícolas, como a produção industrial, os serviços associados às atividades de turismo que valorizam as áreas com aspectos naturais e que remetem às mudanças em curso. O campo, além de ser o local da produção agropecuária, transforma-se em um espaço, no qual inúmeras atividades não agrícolas são efetuadas, como o trabalho de caseiros, diaristas, jardineiros etc.

O principal objetivo deste artigo é apresentar uma discussão teórico-conceitual sobre as principais definições do Turismo de Experiência como uma nova modalidade de turismo, desenvolvida principalmente no meio rural. Diante do exposto, divide-se em cinco seções, partindo de suas principais definições, para depois refletir sobre sua adaptabilidade em relação a outros tipos de turismo. Como terceiro eixo de discussão, apresenta-se uma discussão a respeito de sua aplicabilidade ao caso da Costa Rica . Como quarto ponto, este aponta a relação entre turismo rural e Turismo de Experiência. Antes das considerações finais, o texto apresenta uma reflexão sobre os rumos do turismo, isso em relação à pandemia provocada pela Covid-19.

A estratégia da regionalização é empregada pelos órgãos estaduais oficiais de turismo no Brasil desde os anos 1980, tendo ganhado força a partir da criação do Ministério do Turismo (MTUR), em 2003, e da aplicação do Programa de Regionalização do Turismo (PRT), em âmbito nacional, a partir de 2004. Culmina essa política com a adoção do Mapa do Turismo Brasileiro, em 2013, como instrumento orientador de programas, ações e investimentos. Em alinhamento com as diretrizes do MTUR, a política estadual do turismo fluminense adere ao PRT e concorre para atender aos critérios estabelecidos no PRT, sem, contudo, deixar de considerar os 92 municípios do território fluminense na composição do Mapa das Regiões Turísticas do Estado do Rio de Janeiro, para fins de planejamento, gestão e marketing. Atualmente, são 12 as regiões turísticas do estado, cada qual com peculiaridades e atributos particulares, refletindo relevante diversidade paisagística natural e cultural. Cada vez mais, tais elementos tornam-se atrativos para visitantes que afluem a esses territórios movidos por diferentes expectativas, provocando a construção de roteiros e circuitos turísticos que agregam diferentes segmentos.

O Século XX foi um divisor de águas na transformação das paisagens rurais francesas. Contudo, as duas últimas décadas trouxeram novos elementos para essa transformação. Se, por um lado, parte da sociedade francesa se voltou a um questionamento sobre as bases da sociedade de consumo; de outro lado, o campo e suas paisagens têm aparecido cada vez mais como um oásis para uma vida mais saudável. Inúmeros são os desafios nesse processo, e ainda que não se tenham respostas para tais questionamentos, alguns caminhos já vêm sendo delineados. Será que as paisagens rurais francesas estão em vias de sofrerem uma nova transformação significativa? Talvez ainda não, mas cabe construir um olhar mais apurado para o fenômeno que vem se desenvolvendo nos últimos anos.